domingo, 6 de junho de 2010

Flagelo



E o vento frio corta a pele
assim como o vidro corta os pulsos

Sangrar por generosidade da vida
não é algo tão fácil quanto parece

Padece o poeta navegando
por entre dúvidas e certezas

Em seus pensamentos passam
como num filme em fragmentos
todas as infinitas possibilidades
que o destino lhe apresenta

Assim como o vento frio corta a pele
o peito no meio aberto, tormenta,
aguarda com uma calma turbulenta
sangrar estilhaços de sonhos

Triste lamento do pensamento
nublado por uma cegueira renitente
cravada n’alma a estilete enferrujado.


Temístocles Bueno
outono de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

assim anoiteceu



Depois de um entardecer de outono
cai a noite gélida e cálida
O vento sopra a todo vapor
como um louco desvairado
abrindo com toda sua força
a fria e escura madrugada


Temístocles Bueno
outono de 2010